20 de mar. de 2009

ECONOMIA BRASILEIRA EM MARCHA FORÇADA - ECONOMIA SAJ

Resenha:

CASTRO, A.B. e SOUZA, F.E.P. A Economia Brasileira em Marcha Forçada. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1985

F.Queiroz[1]

1 – Apresentação do Autor
Barros de Castro, doutor em economia pela Universidade de Campinas. Professor Titular de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro tem vasta experiência acadêmica, tendo atuado como professor visitante em universidades do Chile, Inglaterra e Estados Unidos. Foi consultor do IBGE, Eletrobrás, Petrobras, BNDES, sempre na área do desenvolvimento de política industrial, sua especialidade. Principais obras publicadas: Introdução à Economia, Uma Abordagem Estruturalista, em Co-autoria com Carlos Lessa, 1967. , Sete Ensaios sobre a Economia Brasileira, 1971, A Economia Brasileira em Marcha Forçada, em co-autoria com Francisco Eduardo Pires de Souza. 1985.
Francisco Eduardo Pires de Souza, Pós-Doutor. London School of Economics and Political Science, LSE, Grã-Bretanha. Também tem vasta experiência acadêmica, Professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Principais obras publicadas: Economia Monetária e Financeira: Teoria e Política, A Economia Brasileira Em Marcha Forcada. Co-Autoria Com Antonio Barros de Castro.
2 – Capitulo I – Ajustamento X Transformação da Economia Brasileira Antonio Barros de Castro.

O autor apresenta a experiência brasileira de ajustamento: descreve, interpreta, questiona e caracteriza as mudanças ocorridas na economia brasileira em meados da década de 80. Nesta discussão descreve os fenômenos da economia, as intervenções e interpretações do estado, o que julga confusas e falsas. Correlaciona os fatos ocorridos no início da década de 80 com os fatos econômicos ocorridos em 1974, o que vem a chamar de racionalidade econômica de 1974 – Apresenta como se deu a deterioração dos termos de intercâmbio, substituição das importações do período e as prioridades do governo – tendência a fomentar acumulação de capital industrial. trata do tema desenvolvimentismo e sua relação com a “fracassada estratégia social”.

Faz todo approach teórico demonstrando o funcionamento das relações comerciais, da queda de ritmo de crescimento da economia e as influências das crises do petróleo. Define como inconsistente a política econômica de Defim Netto em 1979. E, Conclui este ponto com a convicção que o ocorrido no Brasil constitui um ajuste recessivo, e caracteriza a interpretação feita do passado como um equívoco, que este, vem a prejudicar as perspectivas no período que se abre.

Os fenômenos econômicos são definidos como mutantes, principalmente nos países de desenvolvimento tardio. Traz relações destas economias com a de outros países, como também explicita as políticas econômicas exercidas por cada governo brasileiro assim como o referencial teórico de cada ministro da fazenda do período.

3 – capitulo II – Metamorfoses do Endividamento Externo – Francisco Eduardo Pires de Souza.

Dando seqüência a Barros de Castro, referenciando-se a Kaleck, Simonsen, Keynes, Idéias cepalínas e outros autores, o autor utiliza ainda vários dados extraídos do Banco Central, relatórios da SEPLAN, IBGE, e do Ministério de Governo. Contextualiza historicamente a dívida, faz balanço comparativo, até meados da década de 80 e na segunda metade da década de 80 e conclui caracterizando a transferência de recursos ao exterior.

Para completar os recursos domésticos e elevar a formação de capital os países subdesenvolvidos justificam a absorção de capitais externos – teoria da dinâmica do endividamento: gerar poupança a um nível superior ao investimento. Primeiro estágio da dívida: insuficiência de poupança. O choque do petróleo e a crise internacional muda a percepção deste fenômeno. Mutação dos fenômenos, a justificativa da dívida: de insuficiência de poupança vai a, financiar o déficit no balanço de pagamentos e, em 80, com Delfim Netto, o enfoque volta a ser a poupança. O autor apresenta as linhas da política econômica brasileira até chegar ao exercício das altas taxas de juros reais, que, seria para incentivar a poupança e acaba por desestimular o investimento: superávit no balanço de pagamentos com recessão. A poupança cai e o investimento mais ainda. Trata também a relação externa e suas influências internas.

Pires observar o crescimento acentuado da dívida 1974-1978 até se estabilizar em 1984. Concordando com diversos autores, concluiu que a grande massa de dívida contraída para financiar as importações, requeridas pelo desenvolvimento acelerado (crescimento a qualquer custo) foi desnecessária. Identificando com clareza a mutação dos fenômenos, ano a ano, deste período, ver a incapacidade administrativa dos governos perante a estagnação que se dava, sempre com uma característica nova. A população, os efeitos: recessão, estrangulamento, déficits, altas de juros, que se acentua ainda mais no colapso do mercado de créditos internacionais.

A dívida e seu papel na segunda metade da década de 80 - a dívida externa não é mais um obstáculo ao crescimento, identifica agora o cenário internacional. Apresenta de forma bem evidente fatores macroeconômicos: PIB, Transações Correntes, PNB, Exportação, importação, Política Cambial e Taxa Juros.

O autor chega a conclusão do seu trabalho, utilizando forte arcabouço gráfico, apresenta as Transferências externas, pagamento da dívida. Identifica o quanto o bom momento externo falseia a realidade interna do Brasil, discutindo o impacto macroeconômico pela ótica do Balanço de Pagamentos. O esforço de pagamento da dívida recai sobre o trabalho - reduzindo a competitividade com a produção externa.

4 – Comentário Crítico

Os autores trazem de forma clara e numa nova perspectiva uma explicação da evolução econômica do Brasil desde a crise do "milagre" até os momentos que antecederam a fase dos pacotes de estabilização econômica. Nesta obra eles descrevem a recente história econômica brasileira, que consegue, por vezes ludibriar os observadores mais atentos - o processo inflacionário do pré e do pós-64, o "milagre" e sua crise, o retorno à estabilidade, a recessão de 1983 e a retomada do crescimento.” È uma produção literária de fácil leitura, bem ilustrada gráfica e matematicamente; recheada de análises e críticas conjunturais distribuída numa lógica que evidencia approach teórico dos autores. É uma leitura necessária aos estudiosos que pretendem compreender o funcionamento dos mercados e das políticas públicas no âmbito da macroeconomia brasileira nos dias atuais.


[1] Economista pela Universidade Estadual de Feira de Santana e Pós-graduado em Gestão Pública pela Universidade Adventista da Bahia.

11 comentários:

  1. O titular da carteira, Professor Francisco, apresenta sua visão da citada obra, após tê-la discecado sob o ângulo macro econômico internacional e fazendo as devidas relações com a economia brasileira e períodos pretéritos.
    Após analisar inúmeras variáveis entre as quais: transformações de individamento externo, balanço de pagamento, política de livros, poupança X investimentos, etc.
    Ve-se que o período abordado trata do interregno, ou seja, espaço de tempo pré e pós, 1964, passado pela época do "milagre" econômico até os momentos da fase dos pacotes da estabilização.
    Por desconhecer o assunto, na profundidade adequada, expressa-se apenas uma avaliação do comentário da obra feita pelo Professor Francisco Queiroz, concordando com a sua visão, uma vez que para se ter uma compreensão plena seria necessário conhecer a obra comentada e mais que isto, ter preparação para a sua completa interpretação.

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  2. Identificação da aluna Sônia Maria Ramacciotti Silva e Silva

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  3. Valdirene Sande de Souza - Curso de Pedagogia 2008.1 - Complementação de Estudos SAJ09 abril, 2009 06:11

    Compreender os mecanismos de funcionamento da economia de um país é algo bastante complexo. Diante disso, alguns autores se propõem a contribuir para que haja maior compreensão dos fenómenos económicos, através de produções literárias de fácil leitura e interpretação. Neste contexto podemos citar António Barros de Castro e Francisco Eduardo Pires de Souza, estes autores conseguem apresentar um histórico da economia brasileira fazendo um recorte temporal que vai do período conhecido como "milagre económico" até os momentos que antecederam a fase dos pacotes de estabilização económica para o país.
    Evidenciando, por meio de um forte arcabouço gráfico, detalhes que passam despercebidos até mesmo pêlos observadores mais atentos, os autores fazem uma análise crítica da história da economia brasileira que chega até os processos de funcionamento dos mercados e das políticas no âmbito da macroeconomia brasileira nos dias atuais. Portanto, o diferencial da obra destes autores está na objetividade com a qual os mesmos descrevem, interpretam e caracterizam as mudanças ocorridas na economia brasileira.

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  4. Em 1500 a Econômia Brasileira foi marcadapelo modo de produção feudal onde o comercio era feito por meio de troca,e por escambo,sendo que Portugal liderava essa comercialização.
    Com a revolução Industrial surge o capitalismo e a Inglaterra se torna maior lider industial no mundo capitalista.E assim obriga os paises a comprar seus produtos manufaturados.
    Com a abetura dos Portos no Brasil, a sua independência e a libertação dos escravos foram fatores importantes no desenvolvimento da Econômia Brasileira.
    O inicio da industrialização no Brasil deu-se inicio no gorverno de Jk,foram feitas grandes construções arquitetônicas, e assim responsalvel pela abertura dos portos economico ao capital estrangeiro e ao aumento do endividamento brasileiro , nesta época surge o milagre brasileiro , onde os países estrngeiros deram emprestimos ao Brasil, assim encentivando a nosa ecomia, centros industriais,pólos petroquimicos , gerando assim renda para o Brasil.Em 1990, quando foi criado o CODEFAT,onde o governo bratrasileiro priorizava o desenvolvimento econômico atraves dos projetos de industrialização.

    FACULDADE 288-2

    JOILSON S. BARRETO.


    FACULDADE

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  5. Em pleno século XXI vivemos numa sociedade onde a tecnologia está se espalhando rapidamente, nos lugares mais longínquos que podem existir se disseminou a era digital, e nunca em toda nossa história um simples controle teve tantas funções.
    As mudanças tecnológicas se processam tão rapidamente que nossos olhos não conseguem acompanhar, são muitas inovações!
    Diante dessa nova realidade as nossas escolas devem ter um olhar mais abrangente em relação às inovações a fim de interagir e discutir os impactos dessa nova era. Levar a percepção do educando diante dessas mudanças requer um conhecimento básico e o educador deve está envolvido nas formas de ensinar e aprender de forma atraente e divertida para que haja a interação entre ambos.
    O professor pode trabalhar buscando a teoria e a prática favorecendo os alunos e estimulando nessa busca de conhecimento digital. Para que a prática se desenvolva é necessário está em contato com um material concreto, pois através das observações e manipulações serão feitas as intervenções do professor e assim surgirão dúvidas e muitos questionamentos, para então chegar ao objetivo final, um conhecimento sintetizado.
    O educador precisa estar atento às mudanças e trabalhar o que é moderno, acompanhar a evolução tecnológica, para que o processo de ensino-aprendizagem se dê de forma eficaz. Nesse contexto o aluno aprende com professor; professor aprende com aluno e ambos estabelecem relações sólidas no contexto educacional.
    Estamos nos habituando com a precisão e a rapidez, assim, nossa sociedade vem se transformando e a informação digital nos trás um novo nível de compreensão, porém devemos lidar com a mesma de forma criativa, reflexiva, critica e construtiva e romper com as idéias de soluções prontas ou práticas padronizadas.

    Patrícia Sousa de Santana
    Vilma Barreto e Sousa
    Turma de Pedagogia 2005.1
    Comentário sobre os vídeos: Tecnologia e Sociedade; Informação digital; Introdução aos Computadores.

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  6. Da importância dos sistemas eleitorais

    A escolha de um sistema eleitoral é muito importante para o país, pois ele pode influenciar a opinião do eleitor, a forma de governo, como os partidos se organizam e funcionam, a estrutura parlamentar e garante estabilidade para a democracia.

    Valdenice Porto

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  7. Gloria Papa -
    Resumo dos Vídeos

    A sociedade contemporânea está tornando a informação acessível a um número cada vez maior de pessoas. A expressão mais avançada desse processo é a internet. Essa tecnologia está provocando uma mudança de paradigma na produção e a divulgação do conhecimento: ele não será mais monopólio das instituições tradicionalmente depositárias.
    Nesse contexto, vale a pena pensar no novo papel do professor e da escola, que não são mais únicas fontes de informação dos jovens. O educador assume agora a função de conectar os conteúdos curriculares com conhecimentos que vêm de fora da escola e de ajudar os alunos a relacionar o aprendizado com o mundo.
    Não conseguindo transmitir informações com a mesma velocidade e atratividade da TV ou da internet, a escola deve dedicar-se à função mais nobre de construir um quadro de referência dos saberes científicos, culturais e éticos, dando sentido ao conhecimento e levando-o para a prática. Talvez a tecnologia da informação possa contribuir para tornar reais utopias pedagógicas tão antigas. Mas há ainda desafios a serem enfrentado, um deles é adotar estilos de gestão que fortaleçam a iniciativa da escola e priorizem o pedagógico, não por o burocrático.

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  8. Gloria Papa -
    Curso de Pedagogia - FACE - Complementação
    2005.1

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  9. GESTÃO EMPRESARIAL 2009.1

    CAPÍTULO XIII “ A Velha Ordem Mudou...”
    A luta pela liberdade do mercado resultou numa vitória de classe média, que foi ganhando forças aos longos dos anos. Havia empreendido uma longa luta e dura contra o feudalismo, marcada por três batalhas decisivas: A Reforma Protestante, Gloriosa Revolução na Inglaterra e a Revolução Francesa. Sendo que a Revolução Francesa que deu o golpe mortal no feudalismo.
    Embora ele não estivesse morto só na França, mais em todos os países conquistados pelo exercito de Napoleão, levando consigo o mercado livre em suas marchas vitoriosas. O feudalismo deu lugar a um sistema social diferente, baseado na livre troca de mercadorias tendo como objetivo primordial a obtenção de lucro, introduzido pela burguesia o qual chamamos de capitalismo.

    CAPÍTULO XIV De Onde Vem o Dinheiro?
    O inicio do capitalismo industrial começava com acumulação de Capital que veio do comércio primitivo mais uma classe de trabalhadores sem propriedades. Tendo o sistema fabril proporcionado um acúmulo maior de riqueza. Os donos dessa nova riqueza acreditavam que o reino dos céus seria deles, se economizassem e tornassem investir suas economias, empregando novamente seu capital em fábricas. Assim nascia o sistema moderno.

    CAPÍTULO XV Revolução – Na Indústria, Agricultura, Transporte.
    O crescimento da população, as revoluções no transportes, agricultura e indústria tinham relações mutua agiam e reagiam. Eram forças abrindo um mundo novo.

    CAPÍTULO XVI “ A Semente que Semeais, Outro Colhe...”
    Com a chegada das máquinas e do sistema fabril, a linha divisória ficou mais acentuada. Os ricos ficaram mais ricos, e os pobres, desligados do meio de produção mais pobres.
    Houve também a exploração do trabalho infantil e das mulheres. Buscavam o máximo de força de trabalho pelo mínimo necessário para paga-los. Como mulheres e crianças podiam cuidar das máquinas e receber menos que os homens, deram-lhes trabalho, enquanto o homem ficava em casa sem ocupação.

    ALUNAS:
    ZILDA ROSA ORNELAS
    ODETE DE JESUS TEIXEIRA

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  10. Edilson Sampaio Oliveira20 julho, 2009 11:14

    O surjimento das idéias os emprestimo com cobranças de juro oque causou um grande desenvolvimento,muitos bancário tiveram a intervencão da igreja onde ela dizia que emprestimo ajuro era usura e usura era pecado.A igreja era a maior potensia mais não queria que niguém obitesse lucros mais era a primeira a fazer as coisas erradas.

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